O Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a taxa de juros em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano, com a possibilidade de nova alta no futuro próximo. A decisão ocorre em um contexto desafiador, marcado pela política econômica dos Estados Unidos, que manteve seus juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, e pelas condições internas, como um mercado de trabalho aquecido e expectativas de inflação desancoradas, com projeção de 5,5% para o aumento de preços, ultrapassando o teto da meta inflacionária.
O Comitê de Política Monetária (Copom) também destacou o impacto da trajetória da dívida pública nas expectativas econômicas e na política monetária. O Banco Central está atento à situação das contas públicas e ao regime fiscal do país, reconhecendo a influência desses fatores sobre os ativos financeiros. A política fiscal do governo tem gerado preocupações, principalmente com a pressão adicional da recente mudança nos impostos sobre combustíveis, que elevarão o preço da gasolina e do etanol, podendo aumentar ainda mais a inflação e impactar os custos de alimentação e transporte.
Apesar das críticas de Lula aos altos juros nos primeiros anos de seu mandato, o presidente tem demonstrado maior concordância com a autonomia do Banco Central ao final de 2024. O governo se mantém atento aos ajustes econômicos e suas implicações, especialmente a inflação e os custos aumentados para a população. O impacto do reajuste dos combustíveis, previsto para gerar um efeito inflacionário em setores chave, também está sendo monitorado, principalmente por sua possível influência nos preços dos alimentos e no transporte coletivo.