A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou que a direção das taxas de juros está definida, mas que as decisões são baseadas em dados e projeções, sem previsões definitivas para o futuro. Após uma reunião em 30 de janeiro, o BCE anunciou uma redução de 25 pontos-base nas suas taxas de juros em resposta aos sinais de enfraquecimento econômico na zona do euro, embora a inflação continue sob controle. Lagarde enfatizou que a desaceleração econômica da região ainda está em andamento, e que as decisões sobre futuras alterações nas taxas dependerão das condições globais e regionais, com projeções sendo aguardadas para março.
O crescimento econômico na zona do euro permaneceu fraco, com o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado no quarto trimestre de 2024, contrariando previsões de crescimento. A indústria da região continua em retração, e a confiança do consumidor segue baixa, o que limita as perspectivas de recuperação rápida. Lagarde mencionou que a renda real das famílias ainda não foi restaurada ao nível necessário para sustentar o consumo. A presidente do BCE também afirmou que a desinflação está em progresso, apontando que a meta de 2% de inflação será alcançada de maneira sustentável ao longo do tempo, embora o debate sobre taxas neutras ainda seja prematuro.
Além dos desafios internos, a região enfrenta riscos externos, como tensões geopolíticas e possíveis atritos comerciais, que podem impactar as exportações e o crescimento econômico. Lagarde alertou também para a possibilidade de uma desaceleração no aumento dos salários na zona do euro, o que pode afetar a inflação, especialmente no setor de serviços. Por fim, a presidente afirmou que o BCE continuará monitorando esses fatores, sem compromisso com uma trajetória fixa de juros, adaptando suas políticas conforme o cenário econômico evoluir.