O Banco Central Europeu (BCE) continuará com o processo de redução das taxas de juros e deve abandonar a política monetária restritiva nos próximos meses, conforme declarou Olli Rehn, presidente do banco central da Finlândia, em uma conferência em Hong Kong. Rehn indicou que, com a inflação já sob controle, a maior preocupação do bloco monetário agora é o crescimento econômico. O BCE já havia reduzido a taxa de juros quatro vezes em 2024, e o mercado antecipa mais cortes ao longo de 2025, com o objetivo de estimular a economia da zona do euro. Rehn afirmou que a política monetária deve sair do território restritivo até o verão do Hemisfério Norte.
Além disso, o presidente do BCE revisou a estimativa para a taxa neutra, que estaria entre 0,2% e 0,8% ajustado pela inflação. Isso implicaria que a taxa de depósito do BCE poderia ficar entre 2,2% e 2,8% caso a inflação fosse mantida na meta de 2%. A expectativa é que a taxa de juros do banco central atinja a parte inferior dessa faixa até junho de 2025 e caia ainda mais até o final do ano. A redução das taxas visa dar suporte ao crescimento, mas os desafios econômicos persistem, especialmente no contexto das políticas comerciais globais.
A maior fonte de incerteza mencionada por Rehn são as políticas comerciais do novo governo dos Estados Unidos, que pode gerar custos adicionais para as empresas. Contudo, o presidente do BCE expressou ceticismo sobre a eficácia das tarifas comerciais, sugerindo que as empresas frequentemente encontram formas de contornar essas barreiras, como demonstrado pelo redirecionamento das cadeias de suprimentos entre países como México e Vietnã. Rehn alertou que, apesar de tensões comerciais, os impactos diretos podem ser mitigados pelas adaptações do mercado.