O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, comentou sobre o debate em torno da fortaleza do crédito e a necessidade de um rigor maior nas concessões durante uma live promovida pela Bradesco Asset. Segundo ele, apesar da elevação dos juros futuros desde maio, o mercado de crédito continua robusto, funcionando como um mitigador dos impactos da política monetária sobre a atividade econômica. Ele também destacou que o dinamismo do mercado de trabalho, com baixas taxas de inadimplência, contribui para essa solidez no setor de crédito.
Guillen também observou que, mesmo com a pressão das taxas de juros, a demanda por crédito segue forte, uma vez que o mercado de trabalho permanece ativo. Esse contexto de estabilidade no emprego sugere que os consumidores não enfrentariam dificuldades em honrar suas dívidas, o que reforça a confiança no sistema de crédito. Porém, ele reforçou que a manutenção dessa força no crédito está intimamente ligada à prudência na gestão dos riscos.
Outro ponto destacado pelo diretor foi a importância do rigor nas concessões de crédito, especialmente em um cenário de juros elevados, aumento da dívida pública e pressão sobre a renda das famílias. Durante as discussões do Comitê de Política Monetária (Copom), esse tema foi repetidamente abordado, com ênfase na necessidade de cautela ao liberar novos financiamentos. Esse cuidado visa evitar um aumento insustentável no endividamento das famílias e garantir a estabilidade econômica no longo prazo.