O Banco Central do Brasil (BC) não conseguiu cumprir a meta de inflação estabelecida para 2024, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançando 4,83%, superando o limite superior da meta de 4,5%. Desde a criação do sistema de metas em 1999, essa é a oitava vez que a meta de inflação não é atingida. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estipulou uma meta de 3% para o ano, com uma margem de tolerância de 1,5%. Esse desvio provocou a entrega de uma carta explicativa por parte do presidente do BC ao ministro da Fazenda, detalhando as causas e as medidas que serão tomadas para restabelecer o controle da inflação.
Os principais fatores que impulsionaram a inflação em 2024 foram os grupos de Alimentação e Bebidas, Saúde e Cuidados Pessoais, e Transportes. A alta de 7,69% em Alimentação e Bebidas foi a principal responsável, contribuindo com 1,63 ponto percentual para o índice anual. Já as elevações nos preços de Saúde e Cuidados Pessoais e Transportes tiveram impactos relevantes, respondendo por aproximadamente 65% da inflação registrada. Esses aumentos foram determinantes para o resultado acima da meta, evidenciando pressões em áreas essenciais para o consumidor brasileiro.
Desde 1999, o Banco Central já enfrentou dificuldades semelhantes, com o descumprimento da meta de inflação em anos como 2001, 2002, 2015, 2017, 2021 e 2022. Em cada uma dessas ocasiões, houve a necessidade de explicações formais para o governo, destacando a complexidade da gestão econômica e os desafios enfrentados para controlar a inflação. O novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, se comprometeu a tomar ações para alinhar os índices à meta e mitigar os impactos da inflação nos próximos anos.