O Banco do Povo da China (PBoC) anunciou que realizará a emissão de letras do banco central em Hong Kong na próxima semana, com o objetivo de estabilizar a taxa de câmbio do yuan no mercado offshore. Essa ferramenta é comumente usada para regular a flutuação da moeda chinesa fora da China continental. O PBoC informou que a emissão será de 60 bilhões de yuans (aproximadamente 8,18 bilhões de dólares) e as letras terão um prazo de seis meses, com a liquidação programada para dois dias após a oferta, marcada para o dia 15 de janeiro.
A medida busca melhorar a curva de rendimento dos títulos denominados em yuan em Hong Kong, além de ampliar a oferta de produtos financeiros com alta classificação de crédito no mercado local. A operação também tem o objetivo de drenar a liquidez do yuan offshore, o que pode desencorajar posições vendidas, segundo especialistas do Goldman Sachs. A iniciativa surge em um momento de pressões renovadas sobre a moeda, com a expectativa de que o governo chinês tome ações para fortalecer o yuan diante da incerteza econômica.
Esse movimento ocorre em um cenário global de volatilidade, com a moeda chinesa enfrentando desafios adicionais devido à tensão comercial internacional. A proximidade da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, aumenta as preocupações sobre possíveis mudanças nas tarifas sobre importações, o que pode impactar diretamente a economia chinesa e a cotação do yuan. A medida do PBoC, portanto, reflete a tentativa do governo chinês de garantir a estabilidade da moeda em um ambiente econômico desafiador.