O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar novamente a taxa básica de juros, contrariando o desejo do presidente Lula, que defende juros mais baixos para impulsionar o crescimento econômico. A medida, que visa controlar a inflação, pode beneficiar o governo a longo prazo, com a expectativa de uma inflação mais baixa em 2026, ano das próximas eleições presidenciais. Embora essa política tenha gerado insatisfações dentro do governo, interlocutores do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmam que essa abordagem técnica pode, eventualmente, resultar em um cenário econômico favorável no período eleitoral.
A elevação da Selic de 12,25% para 13,25% reflete uma continuação do ciclo de aumento iniciado nas últimas reuniões do Copom, com previsões de novas altas em março. A decisão foi tomada com a intenção de controlar a inflação e garantir a convergência para as metas econômicas do governo. Contudo, o Banco Central ainda não especificou quando o ciclo de aperto monetário chegará ao fim, destacando a importância da política fiscal para o sucesso dessa estratégia.
Nos bastidores do governo, a medida gerou receios quanto à possível desaceleração econômica, especialmente no terceiro ano do mandato de Lula. Há uma percepção de que Galípolo, ao adotar uma postura conservadora e rígida, está consolidando a credibilidade do Banco Central, mas isso pode gerar desafios econômicos no curto prazo. No entanto, assessores do governo acreditam que essa postura mais austera pode resultar em benefícios para o governo no futuro, especialmente durante o período eleitoral de 2026.