O Banco Central revisou suas projeções de inflação para 2025 e 2026, aumentando a estimativa de 3,8% para 4,0% no cenário de referência, o que aproxima a taxa de inflação do teto da meta de 4,5%. Esse ajuste sugere que a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus, com a taxa a 15% até maio e sem cortes em 2025, pode não ser suficiente para atingir o centro da meta de 3% em seis trimestres, conforme indicado no último relatório.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual, de 12,25% para 13,25%, alinhando-se ao forward guidance anunciado em dezembro. As projeções de inflação para 2025 e 2026 também foram revistas para cima, com a estimativa de inflação de 2025 passando de 4,5% para 5,2%, ultrapassando o teto da meta. A taxa de câmbio usada nas estimativas foi ajustada de R$ 5,95 para R$ 6,00, refletindo o impacto de fatores externos e internos no cenário econômico.
A alta da Selic manteve o Brasil com uma das maiores taxas de juros reais do mundo, atrás apenas da Argentina. O BC considera que a taxa real neutra de juros do Brasil é de 5%, um nível que não estimula nem deprime a economia. A decisão do Copom reflete a preocupação com o cenário adverso para a convergência da inflação, com as projeções de preços livres e administrados sendo ajustadas para cima ao longo do horizonte relevante.