A fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol está sendo discutida com o apoio do governo, visando melhorar a conectividade entre as cidades brasileiras. Em entrevista, John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que a união permitirá o aumento da oferta de voos para cidades regionais, especialmente aquelas que ainda não estão bem conectadas aos grandes centros, como Congonhas, Brasília e Belo Horizonte. A Azul já opera exclusivamente em 100 aeroportos do Brasil, embora tenha fechado algumas rotas devido à baixa demanda. Rodgerson acredita que a fusão trará benefícios ao consumidor, ampliando a conectividade e o número de destinos atendidos.
O processo de fusão está em andamento e depende de uma série de aprovações. Além de precisar do consentimento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as empresas devem concluir o processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos. Rodgerson mencionou que as marcas Azul e Gol permanecerão separadas, embora pertençam ao mesmo grupo econômico após a fusão. Ele também destacou que a Azul já iniciou tratativas com o Cade, mas que os acordos definitivos só serão assinados em abril de 2024.
O governo federal está acompanhando de perto a fusão, com um encontro previsto entre representantes da Azul, da Gol e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. O ministro já manifestou que não permitirá o aumento de tarifas como consequência da fusão. Especialistas alertam que, apesar da potencial ampliação de voos, a operação pode resultar em aumento de preços e dificultar a entrada de novas empresas no mercado. Rodgerson, por sua vez, reforçou que a prioridade é aumentar a oferta de voos, com mais aeronaves em operação, visando a expansão do setor aéreo no Brasil.