A Avenida Almirante Barroso, uma via importante em Belém, foi interditada pela Polícia Militar na tarde de terça-feira (28) como medida de segurança, a fim de evitar conflitos durante uma reunião entre lideranças indígenas, representantes do governo do Pará e a ministra Sonia Guajajara. O encontro, que estava previsto para ocorrer no Palácio dos Despachos, discutiria a ocupação da sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) pelos indígenas, que já dura 15 dias, e as negociações sobre a revogação de uma lei que altera o sistema educacional.
A ocupação, iniciada em 14 de janeiro de 2025, é composta por cerca de 500 indígenas de diversas etnias, que pedem a revogação da lei nº 10.820/2024, que altera o Sistema Modular de Ensino (Some) e o Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei). Segundo os manifestantes, as mudanças prejudicariam o ensino nas comunidades tradicionais, forçando a adoção de aulas à distância ou em áreas urbanas, distantes das aldeias. Por outro lado, o governo do estado garante que as aulas presenciais serão mantidas nas comunidades indígenas, apesar das alterações.
A reunião agendada para a tarde foi adiada para as 18h, a pedido do próprio governador. A interdição da avenida foi estabelecida para garantir a segurança de todos os envolvidos, incluindo servidores, manifestantes e a preservação do patrimônio público, considerando os atos de vandalismo ocorridos nas dependências da Seduc e da Secretaria da Fazenda (SEFA).