Duas autoridades do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, a diretora Adriana Kugler e a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, afirmaram que o trabalho do banco central para controlar a inflação ainda não foi concluído, apesar dos avanços. Elas destacaram que, embora a inflação tenha recuado de cerca de 7% em 2022 para 2,4% em novembro de 2023, ela ainda está acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed. Segundo as autoridades, a desaceleração econômica não deve prejudicar o mercado de trabalho, que continua robusto, com a taxa de desemprego registrada em 4,2% em novembro, considerada compatível com o pleno emprego.
Kugler e Daly enfatizaram a necessidade de um equilíbrio delicado entre combater a inflação e evitar uma desaceleração abrupta no emprego. Enquanto as taxas de juros foram reduzidas em 1 ponto percentual ao longo de 2023, para uma faixa de 4,25% a 4,50%, as autoridades alertaram que a continuidade da política monetária deve ser cautelosa para não comprometer o mercado de trabalho. Daly, por exemplo, declarou que não gostaria de ver uma desaceleração acentuada nesse setor, embora estivesse aberta a ajustes graduais, que poderiam ocorrer em momentos específicos.
O cenário atual para o Fed é de cautela, com as autoridades projetando que o progresso rumo à meta de inflação de 2% será mais lento do que o inicialmente previsto. Apesar disso, as autoridades mostraram confiança na trajetória da economia, com a expectativa de que, mesmo com desafios, a taxa de desemprego não apresente grandes aumentos. A atenção do banco central segue voltada para a manutenção de um ambiente econômico equilibrado, sem precipitar movimentos que possam afetar a recuperação gradual da economia americana.