Em 27 de janeiro de 1945, os prisioneiros de Auschwitz testemunharam a chegada das tropas soviéticas, marcando a libertação do campo de concentração que, ao longo de sua existência, resultou na morte de mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria delas judeus. Auschwitz, estabelecido pela Alemanha nazista em 1940, inicialmente destinado a prisioneiros políticos poloneses, rapidamente se transformou em um centro de extermínio. Contudo, antes de sua libertação, um homem se infiltrou no campo e revelou ao mundo as atrocidades que ocorriam ali. Esse homem foi um membro da resistência polonesa que se voluntariou para ser preso e viver entre os detentos, documentando as condições do campo.
Witold Pilecki, um agente de inteligência polonês, planejou sua captura para infiltrar-se em Auschwitz, onde permaneceu por mais de dois anos. Durante esse tempo, ele enviou relatórios detalhados sobre os abusos, torturas e assassinatos cometidos pelos nazistas, enquanto também liderava um movimento de resistência clandestina. Seu objetivo era alertar os aliados e organizar ações de sabotagem contra os ocupantes do campo. Apesar de seus esforços e do risco extremo que enfrentou, suas informações não foram inicialmente levadas a sério pelas autoridades internacionais.
Após a guerra, o nome de Pilecki foi silenciosamente apagado, e ele foi tratado como um traidor pelo regime soviético. Somente nas décadas seguintes sua verdadeira história foi reconhecida, quando a Polônia se libertou do comunismo e os relatos de suas ações começaram a ser divulgados. Hoje, sua coragem e sacrifício são lembrados como um símbolo de resistência, com sua história sendo preservada em museus e instituições dedicadas à memória do Holocausto. A experiência de Pilecki em Auschwitz, bem como os esforços para divulgar as atrocidades ocorridas no campo, permanece como um importante marco na luta pela memória e justiça.