Durante o Holocausto, os campos de extermínio, como Auschwitz-Birkenau, foram responsáveis pela morte de milhões de judeus. Dentro desses campos, um grupo especial de prisioneiros judeus, conhecidos como Sonderkommandos, foi forçado a trabalhar no processo de extermínio. Sua principal tarefa consistia em guiar outros prisioneiros até as câmaras de gás, além de remover e queimar os corpos. Eles não eram soldados, mas prisioneiros que, apesar de sobreviverem a condições extremas, enfrentavam um destino cruel, sendo muitas vezes executados após cumprir um período de serviço.
Embora recebendo melhores condições que os demais prisioneiros, os Sonderkommandos viviam sob constantes ameaças de morte, com os nazistas executando punições severas para manter o medo. A memória de suas experiências, como as descrições das atrocidades e das tentativas de revolta, é preservada através de relatos de sobreviventes, como o de Dario Gabbai, que se tornou uma das últimas testemunhas dessa parte da história. Em alguns casos, esses prisioneiros também documentaram suas angústias, como Marcel Nadjari, que registrou suas vivências em manuscritos secretos que sobreviveram ao tempo.
Após a libertação de Auschwitz em 1945, poucos Sonderkommandos sobreviveram, e muitos desempenharam um papel importante nos julgamentos pós-guerra. A história desses prisioneiros é um testemunho doloroso da resistência humana diante da opressão e do sofrimento. Ainda assim, apesar da busca por justiça, muitos dos responsáveis pelas atrocidades cometidas nunca foram punidos, deixando um legado de dor e impunidade que persiste até hoje nas lembranças de sobreviventes e na documentação histórica de seus feitos.