Em 2024, as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares, representando um aumento de 43,7% em comparação com os últimos quatro anos. Esse crescimento é atribuído a uma série de fatores, incluindo a inflação e o aumento nos custos de produção. O impacto no orçamento familiar é significativo, com 85% das famílias com filhos em idade escolar afirmando que as compras de volta às aulas afetam suas finanças, sendo mais acentuado entre as classes B e C. A pesquisa, realizada pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro, revelou que muitos pais recorrem ao parcelamento, com 35% dos entrevistados planejando dividir os custos para o ano letivo de 2025.
Além disso, o levantamento indicou que 90% dos pais de alunos da rede pública e 96% dos da rede privada devem adquirir materiais escolares para o ano seguinte. Os gastos são concentrados principalmente em materiais solicitados pelas escolas, uniformes e livros didáticos. A classe B foi a maior responsável pelos gastos, com R$ 20,3 bilhões, seguida pela classe C, com R$ 17,3 bilhões. A região Sudeste lidera as despesas, com 46% do total, enquanto a região Norte representa apenas 5% dos gastos nacionais.
Especialistas alertam para a pressão financeira crescente sobre as famílias, com um impacto significativo nas classes de menor poder aquisitivo. Para mitigar esses efeitos, a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) sugere a redução de impostos sobre itens escolares e programas públicos de apoio, como o Programa Material Escolar, que já é implementado em algumas cidades. Esses programas têm como objetivo facilitar o acesso dos estudantes de escolas públicas a materiais essenciais, ajudando a aliviar a carga financeira sobre as famílias.