Em 2024, o Brasil registrou 2.472 denúncias de intolerância religiosa, um aumento significativo de 66,8% em comparação com o ano anterior. Esse crescimento reflete um aumento de quase mil denúncias em relação a 2023, e de 323,29% em relação a 2021. As vítimas mais frequentemente afetadas pertencem a religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, mas também houve registros entre evangélicos, católicos e outras crenças. A maioria das vítimas é composta por mulheres, e o estado de São Paulo lidera os números de denúncias, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais.
As denúncias de intolerância religiosa são tratadas pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100), que encaminha os casos aos órgãos competentes. O aumento das queixas foi destacado no Dia do Combate à Intolerância Religiosa, que lembra a luta pela liberdade religiosa no Brasil. A data é marcada pela morte de uma líder religiosa, vítima de agressões e perseguições. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, reforçou a importância de garantir o respeito à diversidade religiosa e a laicidade do Estado brasileiro.
Além do Disque 100, o Ministério dos Direitos Humanos oferece outros canais para denúncias, como WhatsApp, Telegram e videochamadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras). As denúncias são gratuitas e anônimas, e o denunciante pode acompanhar o andamento do caso por meio de um número de protocolo. O Ministério esclarece que o Disque 100 não realiza investigações, mas apenas encaminha as denúncias para as autoridades responsáveis, reforçando a proteção dos direitos das vítimas e a luta contra a intolerância religiosa no país.