Em 2024, o número de mortes cometidas por policiais militares em São Paulo subiu 65% em comparação a 2023, com 760 vítimas, sendo 640 mortes ocorridas durante o serviço. O aumento representa um retrocesso em relação a 2022, quando a ampliação das câmeras corporais resultou no menor índice de mortes em intervenções policiais na história do estado. Apesar disso, o governo atual reconheceu a falha em sua abordagem anterior sobre o uso de câmeras, com o governador admitindo a necessidade de melhorar o programa e anunciando planos para sua expansão em 2024.
A decisão do governo de investir em novas câmeras corporais, embora tenha sido uma medida positiva, gerou controvérsias. As novas câmeras exigem que os policiais decidam quando ligá-las, o que pode prejudicar investigações e aumentar o uso indiscriminado da força. Especialistas alertam para os impactos dessa escolha, já que a ausência de gravação pode dificultar a coleta de provas e a proteção tanto dos cidadãos quanto dos próprios policiais em situações de risco. Além disso, a distribuição desigual dos equipamentos e a falta de gravação contínua são pontos que geram críticas.
Em resposta a uma série de incidentes violentos, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que as câmeras corporais se tornem obrigatórias em operações de grande escala e em locais de alta letalidade. Contudo, o modelo de câmeras adquiridas pelo governo de São Paulo, que não grava ininterruptamente, não atende totalmente a essa determinação. O estado tem enfrentado dificuldades em implementar plenamente as exigências do STF, incluindo a insuficiência de câmeras para todos os policiais e a necessidade de melhorar a distribuição e o funcionamento do sistema de monitoramento.