Em 2024, os casos de dengue no Brasil apresentaram um crescimento alarmante, especialmente devido ao sorotipo DENV3, que tem ganhado destaque em estados como São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. A propagação deste sorotipo, que estava em circulação reduzida nos últimos anos, coloca grande parte da população em risco, já que muitos ainda não desenvolveram imunidade contra ele. O aumento significativo de infecções se deve, em parte, ao fenômeno climático El Niño, que favoreceu a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus também aumenta a possibilidade de infecções múltiplas, o que eleva o risco de complicações graves, como a dengue hemorrágica.
A vacina contra a dengue, Qdenga, incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023, é uma medida de proteção contra o DENV3, mas seu uso é restrito a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que são o grupo mais afetado pelas hospitalizações. Embora a vacina seja eficaz contra os sorotipos 1 e 2, sua proteção contra o DENV3 é limitada, especialmente em pessoas que nunca foram expostas à dengue. Isso torna o cenário ainda mais preocupante, já que o sorotipo 3 tem se espalhado rapidamente no país.
Para 2025, as autoridades de saúde preveem uma continuidade no aumento de casos, especialmente em estados do Sudeste e Centro-Oeste. A previsão de altas temperaturas e a persistência do fenômeno El Niño indicam um risco elevado de disseminação do vírus. O controle da dengue continua dependente de ações preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito, que são essenciais para reduzir a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, a vigilância epidemiológica precisa ser intensificada, com um foco maior na análise da dinâmica de transmissão do vírus e na monitorização de seus vetores.