O aumento de casos de dengue em Piracicaba, que registrou uma alta de 878% em comparação ao ano anterior, impactou diretamente a doação de sangue na cidade. Desde o início de janeiro até 13 de dezembro, foram registrados mais de 29 mil casos de dengue, o que gerou preocupações nas autoridades sanitárias. A transmissão do vírus pode ocorrer, além da picada do mosquito, por meio de transfusões sanguíneas, o que levou a novas orientações sobre o tempo de espera para doadores que contraíram a doença ou que se vacinaram contra o vírus.
As recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde estipulam que pessoas que se recuperaram de dengue convencional devem aguardar 30 dias para doar sangue, enquanto quem teve dengue hemorrágica deve esperar seis meses. Além disso, aqueles que se vacinaram ou tiveram contato sexual com pessoas infectadas também precisam respeitar o intervalo de 30 dias antes de realizar a doação. A medida visa garantir a segurança dos receptores de sangue, já que o vírus pode permanecer detectável no sangue mesmo após o desaparecimento dos sintomas.
O Hemonúcleo de Piracicaba enfrenta dificuldades para alcançar sua meta de 250 bolsas de sangue por semana devido ao alto número de casos de dengue. A coleta de sangue ocorre durante a semana sem necessidade de agendamento, exceto aos sábados, e os requisitos para ser doador incluem estar saudável, ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 50 kg. A cidade também observa um estoque de sangue crítico, o que torna ainda mais importante a colaboração da população para garantir a manutenção dos suprimentos necessários aos hospitais locais.