A sexta audiência de instrução do caso envolvendo as mortes de nove jovens durante uma ação policial em Paraisópolis está marcada para esta sexta-feira (31) no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Durante a audiência, serão ouvidas dez testemunhas de defesa dos 12 réus acusados de homicídio e lesão corporal. Os acusados, que incluem 11 policiais militares e um ex-agente, respondem pelos crimes cometidos em 1º de dezembro de 2019, quando nove jovens morreram e outros 12 ficaram feridos após a intervenção policial durante um baile funk na comunidade. A audiência servirá para que o juiz decida se há elementos suficientes para levar os réus a julgamento.
O caso, conhecido como o Massacre de Paraisópolis, gerou grande repercussão após os PMs terem sido acusados de agredir os frequentadores do evento e de causar asfixia nas vítimas ao impedirem sua fuga. Os réus alegam que estavam perseguindo suspeitos de roubo e que as mortes ocorreram de forma acidental, após tumultos gerados pela fuga em massa. A Promotoria, por sua vez, argumenta que a ação policial foi desproporcional e que os policiais usaram força excessiva, resultando em agressões com cassetetes, gás de pimenta e bombas. Um laudo pericial confirmou que a maioria das vítimas morreu por asfixia devido à falta de espaço para escapar da situação.
Em relação às vítimas, a Defensoria Pública informou que as famílias já foram indenizadas pelos crimes cometidos pelos policiais, por determinação do governo estadual. O processo ainda está em andamento e a Justiça determinará, em breve, se os réus serão levados a júri popular, ou se a decisão será de absolvição sumária. O caso segue sendo um marco na luta por justiça e por reparação dos danos causados à comunidade, enquanto diversas manifestações e protestos acontecem em memória das vítimas do massacre.