Neste sábado (11), um ato foi realizado em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, com o objetivo de reivindicar o tombamento do local pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O movimento visa transformar o espaço em um centro de memória e resistência, dedicado a recordar os crimes cometidos durante o período da ditadura militar. A manifestação foi em homenagem a Rubens Paiva e a outros 52 mortos ou desaparecidos que sofreram tortura e perseguição por agentes do DOI-Codi, um órgão repressivo que funcionava dentro do quartel. O evento contou com o apoio de organizações de direitos humanos, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a ONG Rio de Paz.
O 1º Batalhão de Polícia do Exército, conhecido por abrigar o DOI-Codi entre 1970 e 1979, foi um dos principais centros de tortura e repressão do regime militar. Durante esse período, muitas pessoas foram sequestradas, torturadas e, em alguns casos, desapareceram sem deixar vestígios. O objetivo do tombamento é garantir que o passado do local seja preservado e que futuras gerações possam conhecer as violências cometidas. Segundo os defensores da proposta, essa ação também visa contribuir para um processo de reflexão dentro das próprias Forças Armadas, incentivando a abertura para o reconhecimento e a revisão dos abusos cometidos por seus membros.
O ato reuniu ex-presos políticos, familiares de vítimas e defensores dos direitos humanos, que destacaram a importância de transformar o espaço em um ponto de memória e educação para fortalecer a democracia no país. A ideia é que o local, além de recordar o sofrimento vivido por muitas pessoas durante o regime militar, seja um marco de resistência e um alerta contra a repetição de práticas autoritárias. Desde 2013, o Ministério Público Federal tem solicitado o tombamento do prédio, e agora, com o apoio crescente de diferentes setores da sociedade, espera-se que o pedido seja finalmente atendido.