Brasília relembra os dois anos dos ataques aos Três Poderes com uma série de eventos que destacam a importância da democracia e a necessidade de protegê-la. A data, no entanto, é marcada pela ausência de figuras políticas de destaque, levantando questionamentos sobre o comprometimento de lideranças com a memória e a justiça. Durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, quase mil objetos, incluindo obras de arte e itens históricos, foram destruídos ou danificados, gerando um custo de restauração de R$ 8 milhões e a perda irreparável de peças de valor histórico, como esculturas e móveis. Parte do material recuperado está em exposição no Supremo Tribunal Federal, servindo como um alerta sobre os riscos enfrentados pela democracia.
Restauradores do STF, como Laí Bezerra e Ive Silva, compartilham o impacto emocional e técnico de trabalhar na recuperação dos itens danificados. Bezerra recorda o estado caótico encontrado no salão branco, no plenário e no salão dos bustos, onde itens como o brasão e o Cristo foram vandalizados. Silva destaca o esforço de adaptação do laboratório do STF para lidar com a diversidade dos materiais danificados, um processo que demandou inovação e dedicação. Entre as peças restauradas, ganham destaque a estátua que simboliza a justiça e o móvel que guardava a cópia da Constituição original, marcos de resiliência diante da destruição.
Apesar das ausências de lideranças políticas no evento, o governo busca reforçar a solenidade com a presença de representantes do Supremo Tribunal Federal, das Forças Armadas, da sociedade civil e do governo federal. O evento será encerrado com um abraço simbólico à democracia na Praça dos Três Poderes, reafirmando a importância da união em defesa das instituições democráticas. A data, ainda que marcada por desafios e ausências, renova o compromisso de preservar a memória e a história como pilares da democracia brasileira.