Entidades de defesa dos povos indígenas manifestaram repúdio aos recentes ataques contra membros da comunidade Avá-Guarani, localizada em Guaíra, no oeste do Paraná. Na última sexta-feira, 3, quatro indígenas foram baleados e hospitalizados. Desde o dia 29 de dezembro, a comunidade enfrenta uma série de agressões, incluindo disparos de arma de fogo, incêndios em moradias e o lançamento de bombas. As organizações destacam a omissão do poder público, apontando atitudes preconceituosas e ofensivas do governo estadual como fator que contribui para a violência na região.
Em nota conjunta, organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acusaram o governo do Paraná e a Força Nacional de segurança pública de não agirem de forma efetiva. A Força Nacional, enviada para conter os ataques, foi criticada por sua ineficácia, chegando sempre após os incidentes. Além disso, a Fundação Nacional do Índio (Funai) enfrenta limitações no número de agentes disponíveis para lidar com a crise e dificuldades em obter respostas rápidas e eficientes do governo federal.
Em resposta, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal informaram que estão investigando os ataques. O governo federal reforçou a presença da Força Nacional na região, aumentando o efetivo em 50%, e abriu inquérito para apurar os responsáveis pelos crimes. No entanto, as entidades continuam pressionando as autoridades a tomarem medidas mais concretas para garantir a segurança e a proteção da comunidade indígena Avá-Guarani.