A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) dedicará reportagens e uma sessão permanente em seu site para lembrar o assassinato de um jornalista ocorrido em 1975, durante o regime militar. O evento, marcado pelo uso de tortura e a tentativa de encobrir o crime, é uma das várias ações voltadas à preservação da memória histórica diante da falta de justiça. Através de apoio do Instituto Vladimir Herzog, o caso voltou à tona com a reabertura das investigações pelo Ministério Público Federal, em 2020, após uma denúncia internacional.
Em 2024, o Estado brasileiro reconheceu a perseguição política à viúva da vítima, que se manteve firme em questionar a versão oficial de suicídio. Após décadas de tentativas de desconsiderar os abusos, esse reconhecimento, acompanhado de indenização e desculpas formais do governo, foi um marco importante para a justiça e a luta pela memória histórica. O caso Herzog se insere em uma série de iniciativas de reflexão sobre a ditadura militar e suas consequências para as vítimas e suas famílias.
A trajetória do jornalista, que nasceu na Iugoslávia e se estabeleceu no Brasil após fugir da perseguição nazista, é retratada como símbolo de resistência. Sua morte e os eventos subsequentes, incluindo uma missa de sétimo dia com grande participação popular, marcaram a luta pela democracia. O atestado de óbito do jornalista foi finalmente retificado em 2012, encerrando oficialmente a tentativa de mascarar as circunstâncias de sua morte.