A Assembleia Nacional da Venezuela declarou nesta terça-feira (7) que vários ex-presidentes latino-americanos são considerados personas non gratas no país, em reação a declarações desses líderes em apoio à oposição venezuelana. A medida foi aprovada por unanimidade após críticas direcionadas à interferência estrangeira nos assuntos internos da Venezuela. O presidente da Assembleia, Jorge Rodriguez, afirmou que qualquer tentativa desses ex-líderes de entrar no território venezuelano seria tratada como uma invasão.
A decisão ocorre em um contexto de alta tensão política no país, com a oposição questionando a legitimidade das eleições presidenciais de 28 de julho, que deram a vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A oposição divulgou documentos alegando que o candidato Edmundo González venceu com ampla margem, mas o governo contesta a autenticidade desses registros. Organizações de direitos humanos denunciam a prisão de milhares de opositores e relatos de violência durante o processo eleitoral.
Enquanto Maduro se prepara para assumir um terceiro mandato em meio a acusações de fraude e repressão, a crise política na Venezuela se agrava com a intensificação das tensões entre governo e oposição. O clima de instabilidade é agravado por denúncias de violações de direitos humanos e ações legais contra líderes opositores, como a investigação aberta contra González, que acabou se asilando na Espanha. A declaração de personas non gratas para ex-líderes regionais reflete o isolamento crescente do governo Maduro em meio à pressão internacional.