Em 2024, o Brasil registrou 122 assassinatos de pessoas trans e travestis, um número 16% menor em comparação com 2023, quando ocorreram 145 mortes. Apesar dessa redução, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) destaca que o número continua próximo da média anual dos últimos anos, que gira em torno de 125 assassinatos. A associação também ressalta a subnotificação desses casos, com muitos crimes não sendo adequadamente registrados nas estatísticas oficiais de segurança pública, o que dificulta a visibilidade da violência contra pessoas LGBTQIA+.
Entre as vítimas, 95,9% eram travestis e mulheres trans/transexuais, com apenas uma pequena fração de homens trans e pessoas transmasculinas. A Antra também chama atenção para o fato de que grande parte desses assassinatos ocorre no interior dos estados, longe dos grandes centros urbanos. O estado de São Paulo liderou o ranking de assassinatos em 2024, seguido por Minas Gerais e Ceará. Em contraste, estados como Acre, Rio Grande do Norte e Roraima não registraram mortes desse tipo no ano passado.
Em relação à comparação internacional, o Brasil continua sendo um dos países mais perigosos para pessoas trans, com um aumento de 110% no número de assassinatos desde 2008. Embora a situação tenha piorado ao longo dos anos, a Antra e outras organizações de direitos humanos seguem monitorando os casos, destacando a importância de melhorar a coleta de dados e o reconhecimento adequado dessa violência, que ainda enfrenta grande invisibilidade nas estatísticas oficiais.