Em 2024, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil, o que representa uma redução de 16% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 145 assassinatos. Apesar da queda, o número ainda é alarmante e muito próximo da média de 125 homicídios anuais registrados desde 2008. A maior parte das vítimas eram mulheres trans e travestis, representando 95,9% dos casos, enquanto uma pequena parcela eram homens trans. A análise também destaca que, embora o cenário tenha mostrado uma leve melhoria, ainda há uma grande falta de dados confiáveis sobre esses crimes, com muitos casos subnotificados ou mal registrados pelas autoridades.
O relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) revela que os estados de São Paulo, Minas Gerais e Ceará lideraram os índices de assassinatos em 2024. Chama a atenção o fato de que 68% das vítimas foram mortas no interior do país, fora das capitais. Esse padrão de violência contra a população trans e travesti se mantém estável ao longo dos anos, com a maior concentração de crimes ocorrendo em 2017 e 2020. Embora o país tenha melhorado na coleta de dados, ainda é notório que muitas ocorrências não estão sendo devidamente registradas por órgãos oficiais.
O Brasil continua a ser o país com os maiores índices de violência contra pessoas trans, com um aumento de 110% no número de assassinatos desde 2008. Em comparação com outros países, o Brasil se destaca negativamente, com uma evolução preocupante em termos absolutos de mortes, apesar de tentativas de monitoramento e pesquisa por organizações da sociedade civil. A falta de políticas públicas efetivas e a marginalização da população LGBTQIA+ continuam sendo desafios para reduzir essa violência.