Rodolpho Tamanini Netto, artista plástico de 73 anos, foi encontrado morto em sua residência em São Paulo após uma enxurrada provocada pelas fortes chuvas que atingiram a cidade no dia 25 de janeiro. Tamanini, que morava no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital, já havia enfrentado problemas com inundações e recentemente havia instalado um portão antienchente em sua casa. A tragédia ocorreu quando ele foi verificar a estrutura, momento em que o carro foi arrastado pela água, invadindo a residência. Tamanini era conhecido por suas pinturas que retratavam cenas da cidade, com destaque para o céu e a vida urbana.
Ao longo de sua carreira, o artista cultivou uma relação profunda com São Paulo, usando a cidade como fonte de inspiração para suas obras. Entre seus temas, estavam os aspectos da vida cotidiana paulistana, como o Aeroporto de Congonhas, o Parque do Ibirapuera e até mesmo as consequências das chuvas, retratadas em sua obra “A Enchente”, de 2008. Tamanini era descrito como um artista atento à realidade social e urbana, com um estilo único que mesclava poesia e crítica à cidade.
Com uma carreira de mais de 50 anos, Tamanini Neto foi premiado em diversas exposições nacionais e internacionais, com destaque para medalhas de ouro em eventos de arte em Embu e São Bernardo do Campo. Embora estivesse afastado da pintura nos últimos anos devido a problemas de saúde, ele deixou um legado duradouro como um dos principais artistas urbanos da sua geração. Sua trajetória foi marcada por uma dedicação incansável às artes, sendo lembrado por sua criatividade e pela maneira singular com que retratava a cidade e seus moradores.