Ao se despedir da presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2025, Arthur Lira deixa um legado de decisões importantes e de confrontos institucionais. Durante seu mandato, destacou-se por sua liderança nas reformas tributária e econômica, sendo fundamental na aprovação do novo regime tributário, uma das mudanças mais significativas desde o Plano Real. No entanto, Lira também se envolveu em disputas intensas com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado, que afetaram sua influência e poder dentro do Congresso, especialmente no que se refere à distribuição de emendas parlamentares e à gestão das medidas provisórias.
Apesar das tensões, Lira conseguiu conquistar importantes vitórias para seu campo político e o governo, inclusive ao articular grandes acordos em prol da reforma tributária, embora tenha enfrentado resistência tanto no Senado quanto no STF. A sua habilidade em manejar a dinâmica entre os Poderes e a oposição, no entanto, foi testada por acusações de corrupção e uma série de embates institucionais. A decisão do STF de suspender a distribuição de emendas de relator e de bloquear repasses de verbas impositivas representou uma das maiores derrotas de sua carreira, gerando uma crise política e jurídica.
No entanto, com o fim do seu mandato e a ascensão de Hugo Motta à presidência, Lira se prepara para novos desafios e tentativas de retomar sua influência política, mantendo o foco nas eleições de 2026. A transição na Câmara ocorre em meio a uma análise mais crítica do papel das emendas no cenário político brasileiro e das possíveis consequências de uma possível anistia aos responsáveis pelos atos de janeiro de 2023, que se torna um dos temas centrais da nova gestão.