As arminhas de gel, dispositivos que disparam pequenas bolinhas de gel e que se tornaram populares entre crianças e adolescentes no Brasil, têm gerado preocupações quanto à segurança ocular. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) alertou para os riscos de lesões graves nos olhos, como arranhões na córnea, inflamações e até a perda de visão, causadas pelo impacto das bolinhas disparadas com força. As consequências podem incluir desde hematomas e descolamento de retina até complicações mais sérias, como o glaucoma, especialmente se o tratamento for atrasado.
Além dos riscos à saúde, a utilização dessas arminhas também pode resultar em problemas de segurança pública, já que o dispositivo é frequentemente confundido com armas de fogo. Alguns incidentes de ferimentos e mal-entendidos em confrontos entre grupos que utilizam as arminhas levantaram preocupações entre as autoridades. Embora o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) classifique as arminhas de gel como produtos não regulados como brinquedos, o Exército brasileiro considera que esses dispositivos não se enquadram como armas de fogo ou réplicas, o que deixa uma lacuna na regulamentação.
Em caso de acidentes, médicos orientam que, caso um olho seja atingido pelas bolinhas de gel, deve-se lavar imediatamente com água limpa ou soro fisiológico e buscar atendimento especializado sem tentar tratar o ferimento por conta própria. O tratamento varia conforme a gravidade da lesão, e pode envolver desde o uso de antibióticos e lubrificantes oculares até intervenções cirúrgicas, em casos mais severos. A recomendação geral é que, para prevenir danos, o uso de óculos de proteção seja adotado durante a brincadeira.