Na Argentina, o consumo de frango superou pela primeira vez o de carne bovina, reflexo da crescente alta dos preços da carne vermelha, que se tornou mais inacessível para grande parte da população. Com a inflação alta e medidas econômicas austeras do presidente Javier Milei, o custo de vida tem pressionado os argentinos a adaptarem suas dietas, optando por opções mais baratas, como o frango, que se tornou uma alternativa mais acessível em relação à carne bovina. Em 2024, o consumo de frango subiu para 49,3 kg per capita, enquanto o de carne bovina caiu para 48,5 kg, ainda o mais alto do mundo.
A mudança nos hábitos alimentares dos argentinos reflete a necessidade de economizar, uma vez que os salários continuam baixos e a inflação ainda impacta o orçamento familiar. Os açougueiros destacam que o preço do frango, cerca da metade do valor da carne bovina, tem atraído consumidores que buscam alternativas mais econômicas. Com o aumento da demanda por frango, o mercado reflete uma adaptação dos argentinos às novas condições econômicas, onde o consumo de carne suína também tem mostrado crescimento.
Embora a carne bovina continue sendo um ícone cultural na Argentina, com a carne vermelha sendo central nos tradicionais churrascos, a atual crise econômica tem forçado mudanças nos padrões de consumo. O setor de carnes acredita que a recuperação econômica pode levar a novos aumentos de preços, mas também a uma possível produção mais intensiva, o que pode aliviar a pressão sobre os preços da carne, especialmente do frango.