O presidente argentino, Javier Milei, afirmou estar disposto a retirar a Argentina do Mercosul, caso necessário, para concluir um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. Em declarações feitas durante um evento da Bloomberg, em Davos, Milei afirmou que essa decisão seria tomada se a negociação com os EUA não fosse viável dentro das condições atuais do bloco. Apesar disso, o presidente deixou claro que acredita ser possível avançar nas negociações com os EUA sem abandonar o Mercosul, embora os acordos bilaterais sejam restritos pelo regulamento do bloco.
Milei também destacou que está trabalhando com os outros membros do Mercosul para evitar que a busca por um tratado com os Estados Unidos seja um obstáculo para o avanço do comércio livre. O Mercosul, criado em 1991, inclui Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, e Bolívia, mas proíbe negociações bilaterais sem o consentimento dos demais países do bloco. A posição do presidente argentino reflete uma tentativa de equilibrar as prioridades comerciais do país com as limitações impostas pelo grupo regional.
A negociação de um tratado com os EUA foi uma promessa de Milei após sua posse, e ele acredita que esse acordo será uma oportunidade importante para a economia argentina. A União Europeia também tem avançado nas negociações com o Mercosul, mas o acordo entre os dois blocos ainda precisa ser ratificado, enfrentando resistência de países como a França. O cenário político e econômico da Argentina nos próximos anos será influenciado por essas negociações e pela postura adotada por Milei em relação ao Mercosul.