Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central e gestor de fundos da Ibiuna Investimentos, afirmou que a estratégia fiscal do governo brasileiro, baseada no arcabouço fiscal proposto, não é suficiente para equilibrar as contas públicas. Azevedo destaca que, mesmo com o esforço do governo para cumprir as metas fiscais, o crescimento da dívida pública continua alto e prejudica a credibilidade do país no mercado financeiro. O especialista observa que, sem uma convergência de visões entre governo e mercado sobre a trajetória da dívida, será difícil melhorar a situação econômica do Brasil.
Para Azevedo, o cenário inflacionário de 2025 já está definido. A projeção é que a inflação atinja 6%, o que forçaria o Banco Central a adotar uma postura ainda mais rígida, elevando as taxas de juros para até 15,25%. Essa política, segundo ele, é essencial para controlar a expectativa de inflação e reconquistar a credibilidade da instituição. Azevedo acredita que, para alcançar a desinflação, será necessário desacelerar a atividade econômica e aumentar o desemprego, o que terá um custo elevado para a sociedade.
Além dos desafios internos, o cenário internacional também influencia negativamente o Brasil. Azevedo prevê que, com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, os Estados Unidos devem adotar uma postura econômica mais agressiva, o que pode prejudicar as economias emergentes, incluindo o Brasil. Em termos de investimentos, a Ibiuna está posicionada de forma defensiva, com apostas em moedas fortes, juros mais altos em países desenvolvidos e uma visão cautelosa em relação à renda variável no Brasil, dado o cenário de juros elevados e alta inflação.