A Arábia Saudita pretende explorar comercialmente seus recursos minerais, incluindo a venda de urânio, conforme afirmou o ministro saudita da Energia, príncipe Abdulaziz bin Salman. Durante uma conferência em Dhahran, o príncipe declarou que o país enriquecerá o urânio e produzirá “yellowcake”, um concentrado utilizado na produção de combustível para reatores nucleares. Esse mineral, embora com riscos mínimos de radiação, exige cuidados especiais no manuseio.
O Reino está desenvolvendo um programa nuclear incipiente com o objetivo de diversificar sua matriz energética, mas as ambições nucleares da Arábia Saudita geram incertezas, especialmente após declarações do príncipe herdeiro sobre a possibilidade de desenvolver armas nucleares caso o Irã o faça. A Arábia Saudita ainda não iniciou a operação de seu primeiro reator nuclear, o que lhe permite ser monitorada por um protocolo especial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), isentando-a de algumas obrigações de relatórios e inspeções.
Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos, outro país do Golfo, já operam a primeira usina nuclear da região e se comprometeram a não enriquecer urânio nem reprocessar combustível nuclear. A Arábia Saudita, por sua vez, planeja reduzir a supervisão da AIEA sobre suas instalações até o final de 2024, o que levanta preocupações sobre o futuro de seu programa nuclear e suas implicações para a segurança regional.