O arquipélago Kuna Yala, no Panamá, é formado por 365 ilhas e abriga 63 comunidades indígenas que enfrentam sérios riscos devido ao aumento do nível do mar, causado pelo aquecimento global. A região, conhecida por suas praias paradisíacas e águas cristalinas, está na linha de frente dos impactos das mudanças climáticas. Algumas ilhas têm apenas 50 centímetros de altitude e estão cada vez mais vulneráveis, com o avanço do oceano tornando algumas delas inabitáveis.
Embora os moradores saibam dos riscos e das mudanças no ambiente, muitos resistem a abandonar suas terras, pois a região é sua casa há séculos. Os Kuna Yala, historicamente deslocados por doenças e pela colonização, construíram suas comunidades em harmonia com a natureza. No entanto, a elevação do nível do mar e as marés altas constantes exigem soluções urgentes, como aterrar partes das ilhas com areia e pedras, mas muitos temem que essas medidas não sejam suficientes.
O governo do Panamá implementou programas de evacuação em algumas ilhas, como Gardi Sugdub, onde 300 famílias foram realocadas para uma área no continente. Embora a infraestrutura tenha sido melhorada com investimentos em saneamento e energia, a preservação da cultura indígena continua sendo uma preocupação. Mesmo com a adaptação forçada, as comunidades buscam alternativas para enfrentar as mudanças climáticas e preservar seus modos de vida, enquanto o risco da submersão continua a aumentar.