Em São Paulo, a vacinação contra a dengue, iniciada em fevereiro de 2024, enfrenta dificuldades, com apenas 10,65% das crianças e adolescentes de 10 a 14 anos completando o esquema vacinal com as duas doses recomendadas da vacina Qdenga. Estima-se que cerca de 2,4 milhões de jovens dessa faixa etária nas cidades selecionadas deveriam ser vacinados, mas apenas 256 mil receberam a segunda dose, enquanto 593 mil tomaram a primeira dose. A capital paulista apresenta um cenário similar, com apenas 21,33% da população-alvo recebendo a segunda dose da vacina.
O baixo índice de adesão à vacinação representa um risco para a saúde pública, considerando que esse grupo concentra grande parte das hospitalizações por dengue no Estado. A vacina demonstrou eficácia de 81% na redução da dengue sintomática após a primeira dose, mas não existem estudos definitivos sobre sua eficácia a longo prazo para aqueles que não tomaram a segunda aplicação. Além disso, o número de casos suspeitos de dengue em 2025 já é alarmante, com 30.375 registros nas duas primeiras semanas epidemiológicas, o que inclui duas mortes confirmadas e 54 em investigação.
O governo estadual de São Paulo tem incentivado os municípios a promoverem estratégias de vacinação, enquanto a gestão municipal tem adotado ações como visitas domiciliares e campanhas de comunicação para tentar aumentar a adesão. A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), funcionando em horários amplos para facilitar o acesso da população à imunização. No entanto, o desafio de aumentar as taxas de cobertura continua sendo uma preocupação das autoridades sanitárias.