Um levantamento do Instituto República.org, através do Anuário de Gestão de Pessoas no Serviço Público, mostrou que os salários de cargos públicos em Mato Grosso do Sul apresentam grandes variações, com valores que superam o teto constitucional. O estudo destaca que o cargo de auditor fiscal no estado pode chegar a R$49 mil, ultrapassando o limite de R$44 mil estabelecido pela Constituição, enquanto outros cargos, como o de Procurador do Estado, têm remuneração de até R$47 mil. A pesquisa também aponta diferenças significativas nas faixas salariais para diversos cargos, com ampliação de até R$8 mil a R$49 mil para auditores fiscais, e variações consideráveis em outras funções.
O anuário observa ainda que a baixa amplitude salarial, ou seja, a pouca diferença entre os salários iniciais e finais de carreira, pode impactar negativamente o desempenho dos servidores. A pesquisa sugere que uma remuneração mais equitativa e progressiva pode ser um fator motivacional importante para o desempenho e a busca por avanços na carreira pública. Além disso, o estudo destaca que as distorções salariais em cargos similares e a falta de uma política estruturada de reajustes contribuem para uma gestão pública menos eficiente.
O relatório também identifica cinco principais distorções no sistema salarial do serviço público brasileiro, entre elas a ausência de equivalência entre o salário e a complexidade da função exercida, além de problemas em políticas de reajuste e remuneração variável. O estudo recomenda uma reformulação nas carreiras públicas e a racionalização do trabalho para estabelecer um sistema mais justo e sustentável fiscalmente. O objetivo é corrigir essas distorções para promover maior eficiência e equilíbrio nas finanças públicas a longo prazo.