Pela primeira vez em um século, antas (Tapirus terrestris) foram registradas em vida livre no estado do Rio de Janeiro, após serem consideradas extintas na natureza fluminense. O feito foi possível graças a armadilhas fotográficas, instaladas por meio de uma parceria entre o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Vale, realizada em 2020. Essas câmeras, posicionadas em unidades de conservação no Parque Estadual Cunhambebe, flagraram grupos de antas, incluindo uma fêmea com filhote, o que indica uma população bem estabelecida na região.
A anta-brasileira, maior mamífero terrestre da América do Sul, desempenha um papel ecológico vital, atuando como dispersora de sementes e contribuindo para a manutenção do seu habitat natural. Considerada vulnerável e com sua extinção praticamente confirmada no estado, a descoberta representa um marco importante para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, especialmente em áreas protegidas como o Parque Cunhambebe. Esse parque, um dos maiores do estado, abrange quase 40 mil hectares e se destaca por suas ações de educação ambiental e fomento à pesquisa científica.
Com a redescoberta da anta, o Inea pretende usar as imagens capturadas para desenvolver estratégias de conservação mais eficazes e conscientizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente. Esse momento histórico reforça o sucesso das ações de preservação e proteção ambiental em unidades de conservação do estado, reafirmando a necessidade de fortalecer os ecossistemas locais para a sobrevivência de espécies ameaçadas.