A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou a suspensão, a partir de 25 de janeiro, da oferta de benefícios financeiros em troca da coleta de íris realizada pela startup Tools for Humanity, responsável pela criação do World ID. O serviço, que oferece criptomoedas como bitcoin em troca de dados biométricos, foi considerado problemático pela ANPD, que apontou a dificuldade de obtenção de consentimento livre e informado dos usuários, especialmente em casos de vulnerabilidade social.
A ANPD destacou que a concessão de compensação financeira por meio de criptomoedas poderia influenciar indevidamente a decisão das pessoas sobre o uso de seus dados sensíveis, como os biométricos. Além disso, a agência criticou a impossibilidade de exclusão dos dados e a irreversibilidade da revogação do consentimento. A fiscalização sobre o uso de dados pessoais pela empresa foi intensificada desde 2024, com o foco na proteção dos direitos dos titulares desses dados conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Em nota, a Tools for Humanity afirmou que está em conformidade com as leis brasileiras e contestou alegações de informações falsas que teriam chegado à ANPD. A empresa expressou confiança em um possível acordo com o órgão regulador, reiterando seu compromisso com a segurança digital e a continuidade do serviço no Brasil, especialmente no contexto de expansão das ferramentas de inteligência artificial.