A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, iniciou um processo formal no Conselho de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT) contra Washington Quaquá, vice-presidente da sigla. A acusação se baseia em declarações do dirigente, que publicou uma foto com a família de dois réus acusados de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Quaquá defendeu a inocência dos irmãos Brazão, que são citados no caso, gerando um grande mal-estar dentro do partido. Anielle Franco classificou a atitude do dirigente como antiética e afirmou que ela descredibiliza a luta por justiça das vítimas, além de prejudicar a imagem do governo Lula.
A polêmica se intensificou quando Quaquá voltou a defender a inocência dos acusados, sugerindo, sem apresentar provas, uma possível conexão com a família Bolsonaro. Essa declaração foi considerada irresponsável, especialmente após a investigação federal, que descartou qualquer ligação com o ex-presidente e apontou que o crime teria sido motivado por interesses de milicianos ligados aos réus. A postura de Quaquá gerou divisão no PT, com membros defendendo a expulsão do dirigente, enquanto outros consideram que um afastamento do cargo seria suficiente.
O processo no Conselho de Ética do PT segue com um trâmite demorado, e a decisão final dependerá da avaliação da executiva nacional, que passará por uma renovação em julho. O desfecho da situação reflete as tensões internas dentro do partido, com diferentes alas disputando a melhor forma de lidar com as declarações de Quaquá e suas repercussões. A situação também evidencia a complexidade das relações dentro da política brasileira, onde questões éticas e de justiça frequentemente se entrelaçam com disputas partidárias.