A América Latina e o Caribe enfrentam um aumento na frequência de eventos climáticos extremos, com 73% dos países da região sendo impactados. Mais da metade dos países também lidam com a ameaça de subalimentação devido a essas mudanças climáticas. O Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024, publicado pela FAO e outras agências da ONU, destaca que as disparidades no acesso à alimentação ideal variam entre os países, com fatores como políticas públicas desempenhando um papel significativo.
Embora o número de pessoas com insegurança alimentar tenha diminuído entre 2022 e 2023, passando de 207,3 milhões para 187,6 milhões, ainda existem desafios persistentes. Fatores como o crescimento econômico em alguns países da América do Sul e políticas voltadas para o acesso a alimentos de qualidade têm contribuído para essa melhoria. No entanto, a fome no Caribe continua alta, com uma taxa de 17,2%, enquanto na América Central se manteve estável em 5,8%.
O aumento no acesso aos alimentos foi acompanhado por um aumento no custo desses produtos, especialmente os alimentos saudáveis, que são menos acessíveis para famílias de baixa renda, devido à concorrência com os alimentos ultraprocessados, mais baratos, mas menos nutritivos. Apesar dos avanços no combate à insegurança alimentar, especialistas alertam para a necessidade de sistemas agroalimentares mais resilientes, destacando o impacto negativo das mudanças climáticas em grupos vulneráveis, como mulheres e moradores da zona rural.