Com a posse iminente de Donald Trump, o mercado financeiro europeu enfrenta um período de grande incerteza devido às possíveis tarifas de importação que o presidente eleito dos EUA pode implementar. Empresários de setores vulneráveis, como automóveis, metais e energia, estão antecipando medidas punitivas, acelerando planos de refinanciamento e buscando maior clareza sobre o impacto das tarifas. A apreensão é refletida nas altas exigências dos credores, que questionam como essas indústrias, expostas ao risco de tarifas, lidariam com os efeitos econômicos. No mercado de empréstimos alavancados da Europa, as empresas estão correndo para concluir transações antes da posse de Trump, temendo que a aplicação das tarifas altere drasticamente as condições macroeconômicas.
Especialistas financeiros alertam que o impacto das tarifas de Trump não se limita apenas a setores específicos, mas pode ter repercussões no crédito corporativo em geral. Se ele implementar tarifas significativas, isso pode levar a uma pressão inflacionária e a uma reação do Federal Reserve para manter os custos de empréstimos elevados, afetando toda a economia. O ambiente de crédito, que atualmente é favorável com taxas de juros baixas, pode ser alterado, prejudicando empresas com maior exposição a mercados internacionais. Por isso, investidores estão revisando suas carteiras, realocando recursos para setores menos vulneráveis à “Guerra Comercial 2.0”, como saúde.
A reprecificação dos empréstimos tem sido uma estratégia para minimizar riscos, mas a incerteza continua a dominar o mercado. Empresas como a Hunter Douglas enfrentam dificuldades para fornecer previsões claras sobre o impacto das tarifas em seus resultados. O mercado de títulos de alto risco já apresenta sinais de pressão, com investidores reduzindo a exposição a empresas endividadas, especialmente em setores como peças automotivas. Com as tarifas ainda incertas, especialistas indicam que as consequências econômicas podem se estender por meses, gerando uma cautela crescente entre os gestores de fundos e credores.