Os aluguéis em Londres, como em outras grandes cidades, dispararam nos últimos anos, impulsionados pela recuperação pós-pandemia. O aluguel médio na cidade subiu 11,5% em 2024, chegando a £ 2.220 por mês, o que gerou um aumento significativo na demanda por alternativas mais acessíveis. Uma dessas alternativas são as “tutelas”, onde pessoas ocupam imóveis abandonados ou prestes a serem demolidos por um custo reduzido em comparação aos aluguéis tradicionais. Esse modelo de ocupação, que começou na década de 1980 na Holanda, cresceu na Grã-Bretanha nos últimos 20 anos e atrai principalmente indivíduos que buscam economizar dinheiro em meio à crise do custo de vida.
Entretanto, a prática de viver como “guardião” de propriedades apresenta desafios. A principal vantagem é o custo reduzido, mas as condições de moradia podem ser precárias, com problemas como falta de acesso a água potável e estruturas instáveis. Além disso, a segurança jurídica é limitada em comparação aos contratos de aluguel convencionais, já que os moradores podem ser solicitados a desocupar os imóveis com pouco aviso prévio. Apesar disso, o número de pessoas que se inscrevem para ocupar esses espaços tem aumentado, com muitos buscando uma maneira de fugir dos altos preços de aluguel ou economizar para a compra de uma casa própria.
Embora o modelo de tutela tenha sido uma solução para muitos durante a crise imobiliária, ele não é visto como uma solução definitiva. Especialistas alertam que, sem regulamentação e melhorias nas condições de vida, as tutelas podem se tornar uma forma de moradia ainda mais precária. A escassez de moradias acessíveis continua sendo um problema grave, e o governo britânico estima que é necessário construir centenas de milhares de novas casas a cada ano para atender à demanda. Para aqueles que vivem como tutores, embora o custo mais baixo seja uma vantagem, a insegurança e as condições adversas podem levar muitos a abandonar essa alternativa à medida que tentam melhorar suas condições de vida.