A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apontou a elevação da taxa de juros como o maior obstáculo para o crescimento do setor de máquinas agrícolas em 2025, projetando um aumento de 8% no faturamento, que deve atingir R$ 65 bilhões, apesar das dificuldades econômicas. O desempenho de 2024 foi impactado negativamente por uma seca severa e pela queda nos preços das principais commodities, o que afetou o setor. Contudo, o faturamento do ano passado caiu 20%, mas o resultado foi considerado melhor do que a previsão inicial de uma queda de 23%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que a taxa Selic pode chegar a 15%, o que elevaria os juros cobrados ao produtor para cerca de 19% ou 20%. De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Abimaq, esses altos juros, somados à seca e à queda nos preços das commodities, dificultaram ainda mais a situação para o produtor. A revisão das expectativas para 2024 revelou que o desempenho foi menos negativo do que o esperado, com a receita líquida interna caindo 21%, mas com um crescimento de 9,5% em dezembro em relação ao mesmo mês de 2023.
As máquinas agrícolas representam uma parte significativa das vendas do setor, correspondendo a 22% do total, que registrou uma queda de 8,6% em 2024, totalizando R$ 270,9 bilhões. A Abimaq ressaltou que seus números diferem dos da Anfavea, pois incluem uma gama mais ampla de equipamentos, como silos e sistemas de irrigação, além dos 500 associados da entidade. Esses fatores indicam um ano desafiador, mas com algumas perspectivas de recuperação moderada para o setor.