O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a para 13,25% ao ano, devido às incertezas externas e à inflação brasileira acima da meta. Essa decisão é parte de um ciclo de alta iniciado em setembro de 2024, que já resultou em quatro aumentos consecutivos. Em seu comunicado, o Copom destacou a pressão inflacionária no Brasil, especialmente nos preços de alimentos, e as incertezas globais, principalmente nos Estados Unidos, que impactam as expectativas do mercado financeiro. O Banco Central também indicou que continuará monitorando os efeitos da política fiscal sobre a economia.
O aumento da Selic busca controlar a inflação, que, apesar de uma desaceleração nas contas de luz, permanece alta, especialmente nos alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 ficou acima do limite superior da meta, com uma previsão de 5,5% de inflação para o ano, o que pressiona as estimativas do mercado financeiro. O Copom ajustou suas projeções para o IPCA, prevendo uma inflação de 5,2% em 2025. A alta da taxa também influencia as perspectivas de crescimento econômico, com uma previsão de 2,1% para o PIB em 2025, embora o mercado tenha revisado suas expectativas para uma expansão de 2,06%.
Com o aumento da Selic, o crédito se torna mais caro, o que desestimula o consumo e a produção, mas ajuda a conter a inflação. A autoridade monetária ressaltou que o ciclo de aperto monetário continuará sendo ditado pela necessidade de convergir a inflação para a meta, mas sem previsões definitivas para os próximos ajustes. O Banco Central reiterou que o cenário da inflação será cuidadosamente monitorado ao longo do ano, e novas decisões dependerão da evolução dos preços e da política fiscal.