Um estudo recente divulgou que uma variante do coronavírus, denominada Alphacoronavirus, foi identificada em morcegos no Pantanal, em Mato Grosso. O vírus pertence à mesma família do coronavírus, mas não há evidências de que ele possa ser transmitido aos seres humanos. O estudo foi realizado em diversas áreas do Pantanal e do Cerrado, incluindo florestas e zonas urbanas, com o objetivo de investigar a presença de coronavírus em morcegos. A pesquisa envolveu a captura de 419 morcegos de diferentes espécies e foi realizada em parceria com várias universidades e institutos.
Embora não haja confirmação de que o Alphacoronavirus ofereça riscos diretos à saúde humana, o estudo destaca que a alteração nos habitats naturais dos animais, como o desmatamento e as queimadas, pode aumentar o contato entre morcegos e humanos, o que poderia potencialmente facilitar a disseminação de novos vírus. O médico veterinário responsável pela pesquisa, Daniel Moura de Aguiar, alerta para o impacto das mudanças ambientais, que alteram o comportamento dos morcegos e promovem o contato com outras espécies, incluindo os humanos.
Este estudo marca o primeiro levantamento sobre coronavírus em morcegos no Pantanal e traz contribuições importantes para a compreensão das zoonoses em áreas de alta biodiversidade. Apesar de ser cedo para afirmar padrões definitivos, os resultados obtidos seguem as tendências observadas em outras regiões como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia. O monitoramento contínuo das mutações do Alphacoronavirus e a preservação dos habitats naturais são essenciais para evitar novos riscos de contaminação.