Políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro têm utilizado as redes sociais para sugerir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o Tribunal de Contas da União (TCU) bloquear verbas do programa Pé-de-Meia, que financia bolsas para estudantes do ensino médio. A decisão do TCU, que suspendeu o pagamento de R$ 6 bilhões para o programa, gerou reações de parlamentares oposicionistas, que acusaram Lula de cometer uma “pedalada fiscal”, termo utilizado para descrever práticas irregulares de gestão fiscal, semelhante às acusações que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
A senadora Damares Alves, ex-ministra de Bolsonaro, foi uma das principais defensoras da ideia de impeachment, afirmando que o Congresso deve cumprir seu dever constitucional diante dos indícios de irregularidades. Outros parlamentares, como o deputado Hélio Lopes e o senador Flávio Bolsonaro, também manifestaram apoio à proposta, sugerindo que o governo Lula imitou práticas anteriores que resultaram na perda de mandato de Dilma Rousseff. Entretanto, não há movimentações concretas, como a coleta de assinaturas, para formalizar um pedido de impeachment.
O bloqueio das verbas do Pé-de-Meia ocorreu devido a uma avaliação do TCU, que concluiu que os recursos destinados ao programa estavam fora dos limites da legislação fiscal. Embora a decisão não tenha impactos imediatos na execução do programa, o Ministério da Educação foi orientado a ajustar o financiamento às normas orçamentárias. A situação gerou discussões intensas, com alguns deputados e figuras públicas defendendo manifestações públicas em apoio à abertura de um processo de impeachment, sugerindo até mesmo datas para protestos.