A Alemanha enfrenta discussões intensas sobre seus gastos com defesa, com o líder da oposição, Friedrich Merz, destacando a importância de alcançar e talvez superar a meta de 2% do PIB estabelecida pela Otan. Merz, cotado como favorito para suceder o atual chanceler, afirmou que o foco deve estar em atender às necessidades de defesa do país, independentemente de metas numéricas específicas. Ele também ressaltou que a Alemanha pode financiar aumentos futuros sem recorrer a fundos especiais, uma posição que contrasta com as propostas de outros líderes políticos.
O debate sobre gastos militares ganhou força devido às pressões externas, incluindo a demanda do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para que os países da Otan aumentem suas contribuições para até 5% do PIB. Internamente, a Rússia mais assertiva e as incertezas sobre o financiamento futuro, com o fundo especial alemão se esgotando em 2028, tornam o tema central para as eleições parlamentares de fevereiro. Outras lideranças alemãs, como Markus Soeder e Robert Habeck, propõem metas ainda mais ambiciosas, enquanto críticos consideram essas demandas exageradas ou mal planejadas.
A questão também expõe divergências entre os principais partidos políticos. Enquanto o ministro da Economia defende um aumento de 3,5% do PIB com base em novos empréstimos, outros, como o grupo social-democrata de Scholz, rejeitam a ideia, classificando-a como impraticável. O tema dos gastos com defesa permanece um dos mais sensíveis da campanha eleitoral, refletindo a necessidade de equilibrar as demandas de aliados internacionais, as ameaças à segurança e a viabilidade financeira do país.