A nova estatal Alada, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criada para fortalecer o setor aeroespacial brasileiro e terá um capital inicial de R$ 85 milhões nos primeiros cinco anos, financiado pela Força Aérea Brasileira (FAB). A Alada será responsável por gerenciar projetos aeroespaciais, como o desenvolvimento de veículos espaciais e satélites, além de fomentar a indústria nacional através de parcerias com empresas e startups do setor. A estatal será vinculada à NAV Brasil, uma subsidiária do Ministério da Defesa, e também terá a tarefa de atrair investimentos privados para complementar o orçamento público destinado ao programa espacial.
A criação da Alada, no entanto, gerou preocupações no mercado financeiro, principalmente pelo cenário fiscal do país. Investidores estão céticos quanto à decisão do governo de criar uma nova estatal em um momento de incerteza econômica, com o Brasil enfrentando desafios fiscais e um aumento da taxa de juros. Para especialistas do setor financeiro, a medida pode ser vista como uma falta de prioridades no governo, que ainda não solucionou problemas fiscais, especialmente com o orçamento público não aprovado e a pressão sobre a taxa de câmbio. A Bolsa de Valores Brasileira registrou perdas significativas com a saída de investimentos estrangeiros em 2024, o que aumenta a desconfiança sobre a solidez fiscal do país.
Embora o mercado esteja cauteloso, alguns analistas veem a Alada como uma possibilidade de longo prazo para o crescimento sustentável da economia, caso o governo mantenha responsabilidade fiscal. Investimentos em ciência, tecnologia e educação podem impulsionar a capacidade econômica do Brasil, desde que realizados de forma equilibrada, respeitando os limites orçamentários. A criação da estatal representa um esforço para gerar impactos socioeconômicos positivos e expandir a presença do Brasil no setor espacial, que pode trazer benefícios para a inovação e desenvolvimento de tecnologia no país.