A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito soberano da Argentina de Ca para Caa3, com perspectiva positiva, na primeira mudança de classificação do país em cinco anos. Embora a elevação da nota indique uma recuperação parcial, a classificação ainda aponta para um alto risco de inadimplência e baixa atratividade para investidores, mantendo a Argentina em uma situação financeira vulnerável. O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, tem adotado medidas rigorosas de austeridade, o que ajudou a melhorar o cenário econômico, incluindo um superávit comercial recorde de US$ 18,9 bilhões em 2024.
Apesar das melhorias, o governo ainda enfrenta desafios significativos, como a inflação elevada e reservas internacionais limitadas. Moody’s destacou que os ajustes fiscais implementados e a interrupção do financiamento monetário foram eficazes para corrigir desequilíbrios econômicos graves herdados da gestão anterior. No entanto, a probabilidade de inadimplência segue alta, o que impacta diretamente a confiança dos investidores e as perspectivas de crescimento sustentável.
Com a revisão da perspectiva de estável para positiva, há expectativas de novas elevações na nota de crédito da Argentina, caso o governo continue com seu programa de estabilização econômica. A mudança na classificação ocorre após o rebaixamento da nota em 2020, que foi impulsionado pela pandemia e pela interrupção das negociações de reestruturação da dívida. A Argentina ainda se mantém no grau especulativo, afastada do grau de investimento, o que limita sua atratividade para grandes investidores internacionais.