Três advogados foram condenados a penas de prisão, com penas variando entre 4 anos e 8 meses a 5 anos e 5 meses, por facilitar o repasse de informações a presos de alta periculosidade, envolvidos em atividades criminosas. Além das penas privativas de liberdade, os réus deverão cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a suspensão da atividade de advogar no âmbito criminal e a proibição de entrar em estabelecimentos prisionais. O juiz responsável pela decisão, Anderson Clayton Dias Batista, determinou também que eles cumpram recolhimento domiciliar noturno e que mantenham atualizados seus contatos e endereços.
A Operação Gravatas, que resultou nas condenações, visava o combate ao envolvimento de advogados em práticas ilícitas relacionadas a facções criminosas. Durante a investigação, foi identificado que os réus ajudaram a facilitar crimes como tráfico de drogas, associação criminosa, tortura e lavagem de dinheiro. Os advogados foram considerados parte do braço jurídico de uma organização criminosa, e a operação revelou ainda que um dos advogados representou centenas de clientes, muitos deles ligados a grupos de criminosos.
O caso envolveu também a absolvição de um dos advogados investigados, por falta de provas suficientes para incriminá-lo, e a não análise de acusações contra um policial militar, que teria repassado informações à facção. A investigação também apontou que a organização criminosa obteve vantagens financeiras e jurídicas com a ajuda dos advogados, além de levantar a quantidade de clientes defendidos nos últimos anos, indicando a magnitude do envolvimento da banca no esquema criminoso.